A terceira afirmação do texto de 1 Pedro 2.9 é: “vós sois nação santa” (tradução do comentarista) é importante lembrar que a princípio a nação santa era Israel (Êxodo 19.6; Lv 19.2; 20.26; Dt 7.6; Is 62.12) , porém, Israel perdeu temporariamente o grande privilégio de ser o povo exclusivo de Deus por causa da incredulidade. Até que aconteça a aceitação futura do Messias por parte de Israel, Deus substituiu aquela nação pela Igreja (acerca da salvação de Israel veja Rm 11. 1,2, 25-19).
Com base nessas informações podemos afirmar que mesmo aqueles que foram chamados à participar da nação santa estão sujeitos a rejeição divina por causa do pecado e da incredulidade (Hebreus 10. 26, 27).
quinta-feira, 22 de março de 2012
terça-feira, 20 de março de 2012
Sacerdócio universal
Dando continuidade ao nosso estudo, hoje meditaremos sobre a segunda afirmação do texto 1 Pedro 2.9 que diz: “vós, porém, sois sacerdócio real” (tradução livre do comentarista). Aqui Pedro nos ensina que Deus constituiu uma nação de sacerdotes reais cuja responsabilidade é sair pelo mundo testemunhando sobre o reinado de Cristo. Ser sacerdote real indica que temos livre acesso a Deus Pai, lembre-se que no Antigo Testamento só a classe sacerdotal tinha esse privilégio, agora todos os crentes podem entrar na presença de Deus (Hb 9.7; 10.19-22). Na qualidade de sacerdote, o crente, tal como Cristo e o Espírito Santo, é um intercessor em favor de outros (ver 1 Tm 2.1 e Col 4.12). Em síntese, ao nos constituir sacerdotes reais, Deus estava garantido que poderíamos entrar em sua presença, que iremos reinar sobre a terra (Ap. 5.10) e que devemos anunciar o Evangelho de Deus aos povos (Rm 15.16).
segunda-feira, 19 de março de 2012
O NOSSO PRIVILÉGIO
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.
1 Pedro 2.9
Para fins didáticos iremos dividir este versículo em cinco partes. Isso significa que durante toda esta semana estaremos analisando cada uma das afirmações desse texto.
É importante lembrar que no passado Deus escolheu o povo de Israel para que por intermédio deles os povos da terra fossem abençoados, porém Israel falhou em sua missão. Deus então substituiu aquele povo por um povo que ele mesmo formou, a saber, a Igreja. Perceba que neste texto, Deus atribui a Igreja as mesmas prerrogativas que no passado Ele conferiu a Israel (confira em: Is 43.20,21; Êx 19.6; Is 43.10,11).
“Vós, porém, sois raça eleita” – Raça indica descendência comum, surgida em Israel por via natural aqui, no entanto por um nascimento espiritual (1Pe 1.3,23). Em outras palavras, Deus escolheu um povo para si (Ef 1. 5,6).
A aposição que hoje ocupamos no Reino de Deus não é fruto do nosso esforço ou mérito; não fizemos nada para merecer a honra e o privilégio de sermos povo de Deus. A eleição divina deveria gerar em nós um coração contrito, um sentimento de gratidão que se traduzisse em dedicação ao nosso Deus.
Ore agradecendo a Deus por tudo que ELE tem feito em sua vida, pelo privilégio de ser parte integrante do povo de Deus.
quinta-feira, 15 de março de 2012
Encha-se do Espírito, isso depende de você!
“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”.
Efésios 5.18
Eu gostaria de começar a meditação de hoje lhe fazendo duas perguntas: você se considera uma pessoa cheia do Espírito Santo? Você compreende o que Paulo quis dizer com a ordem: “enchei-vos do Espírito”?
Creio que podemos compreender o significado desta passagem analisando os dois imperativos do texto a partir de informações conhecidas, por exemplo: todos nós sabemos que as Escrituras condenam, consistentemente, toda embriaguez (veja Provérbios 23. 29-35; 31.4s; Isaías 5.11,12; 28.7,8; 1 Coríntios 5.11; 1Pedro 4.3); A Bíblia não condena o uso do vinho, porém condena o seu abuso; O uso de vinho é recomendado como remédio (Pv 31.6; 1 Tm 5.23). O Senhor Jesus transformou água em vinho para ser bebido nas bodas de Caná da Galiléia (Jo 2.1-11).Porém o uso do vinho se transforma em abuso sob as seguintes circunstâncias, sendo então proibido: (1) quando há excessos (Pv. 23.29-35); (2) Quando se torna habitual (1Co 6.12b); (3) quando ofende a consciência fraca de outro crente (Rm 14.13; 1Co 8.9); (4) Quando destrói o testemunho do cristão na comunidade e, portanto, não leva à glória de Deus (1Co 10.31); (5) quando o crente bebe com dúvidas (Rm 14.23).
O contexto sugere que Paulo aqui está falando a respeito das orgias dos ébrios, comumente associadas com as cerimônias de adoração pagãs (adoração ao deus Baco – deus do vinho). Acreditava-se que a ingestão de bebidas alcoólicas era capaz de promover alguma comunhão extática com as entidades, tais práticas são comuns ainda hoje nos cultos afro-brasileiros. Em 1 Coríntios 10.19,20, Paulo refere-se a esta prática como “cálice dos demônios”. A verdadeira comunhão com Deus não é induzida pela bebedice, mas pelo Espírito Santo. É importante lembrar que nesse texto Paulo não está falando a respeito da habitação do Espírito (Romanos 8.9) ou o batismo de Cristo com o Espírito Santo (1 Coríntios 12.13), pois todo cristão é habitado e batizado pelo Espírito Santo no momento da salvação. Em vez disso ele está dando uma ordem aos cristãos para viverem continuamente sob a influência do Espírito. Ser cheio do Espírito é deixar que a palavra de Cristo domine todos os nossos pensamentos e atitudes. Ser cheio do Espírito é o mesmo que andar no Espírito (Gálatas 5. 16-23).
Para terminar gostaria de lembrar que a expressão “enchei-vos do Espírito” no original grego indica que essa atitude deve ser uma prática diária e continua em nossas vidas. Infelizmente algumas pessoas possuem uma vida espiritual inconstante, elas se enchem no domingo e se esvaziam durante a semana. Ou seja, estar cheio do Espírito não é uma experiência que acontece uma vez por todas na vida do crente. Nós precisamos almejar andar no Espírito.
A essa altura você pode está se perguntando Como um crente pode encher-se do Espírito? (1) é preciso confessar e abandonar todo o pecado de que temos consciência na nossa vida (1Jo 1.5-9); (2) Submeter-nos completamente ao seu controle (Rm 12.1,2) – isso significa que rendemos a nossa vontade , a nossa inteligência, o nosso corpo, o nosso tempo, o nosso talento e o nosso dinheiro a ele; (3) Fazer com que a palavra de Cristo habite ricamente em nós (Cl 3.16). Isso envolve leitura, estudo e obediência; (4) Finalmente devemos nos esvaziar do egoísmo (Gl 2.20).
Que o seu desejo se transforme em atitude e que você seja um crente cheio do Espírito Santo.
quarta-feira, 14 de março de 2012
MEDITAÇÃO EM HEBREUS 10.36
“Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa”.
Hebreus 10. 36
Para nossa meditação dividiremos o texto acima em três partes, a primeira parte fala da necessidade de perseverança, a segunda fala da necessidade de fazermos a vontade de Deus e a terceira e última fala das promessas.
Quando o texto fala da necessidade de perseverança ele nos conscientiza de que carecemos de determinação para permanecermos em Cristo mesmo sob perseguição. Os leitores da epístola aos Hebreus estavam correndo risco de morte por causa da fé, infelizmente alguns decidiram negar a Cristo.
Honestamente, creio que hoje, muitos que se dizem evangélicos não estão dispostos a sofrer por causa de Cristo. São pessoas que no primeiro sinal de dificuldade abandonam a fé. Elas esquecem que Jesus disse: “Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará” (Lucas 9.24)
A segunda parte do texto fala sobre a necessidade que temos de fazer a vontade de Deus. Creio que aqui cabe uma pergunta: Qual é a vontade de Deus? Em primeiro lugar a vontade de Deus é a nossa santificação e abstinência da prostituição (1Ts 4.3); em segundo lugar Deus deseja que pratiquemos o bem (1 Pe 2. 12-15) O que é praticar o bem? O texto de Pedro indica que pratica o bem quem: tem um procedimento exemplar diante dos gentios (v.12) e quem se sujeita as autoridades constituídas (v.13); em terceiro lugar não devemos amar o mundo e nem as coisas que há no mundo (1Jo 2.15). É claro que no contexto do livro de hebreus a expressão fazer a vontade de Deus indica confiar plenamente em Cristo e praticar os seus ensinos. Veja Mateus 7.21-28; Tiago 1. 22-25; João 6.29.
Por fim o texto fala que aquele que fizer a vontade de Deus alcançará a promessa. Em primeiro lugar chamo sua atenção para o fato da palavra promessa está no singular indicando uma promessa específica. A essa altura você deve está se perguntando que promessa é essa? Se voltarmos aos capítulos quatro e verso primeiro; capítulo seis e verso doze e ao capítulo nove e verso quinze da epístola aos Hebreus chegaremos à conclusão que a promessa é a salvação.
Hoje aprendemos que precisamos permanecer em Cristo apesar das adversidades (seja ela qual for) e enquanto perseveramos devemos fazer a vontade de Deus, ou seja, devemos buscar a santificação, devemos nos afastar da prostituição (ou pornografia), devemos praticar o bem, devemos nos submeter as autoridades constituídas, não devemos amar ao mundo e nem as coisas que nele há, e acima de tudo devemos confiar plenamente em Cristo e praticar a sua palavra.
sexta-feira, 9 de março de 2012
FUI ENGANADO!
O psicólogo e terapeuta de casais e família, Carlos “Catito”, afirma que todo relacionamento é dinâmico e passa por um processo de desenvolvimento. O dinamismo de um casamento pode ser comparado ao processo de crescimento de um organismo vivo, que passa por várias etapas – infância, adolescência, juventude e maturidade. A passagem de uma etapa a outra neste processo é sempre um período de desorganização e reorganização, pois se abre mão do que se domina para adentrar em um campo de que não se tem nenhum domínio – a etapa seguinte.
O relacionamento conjugal possui sete etapas, a primeira delas é chamada de romantismo. Ela se inicia quando duas pessoas se conhecem e se apaixonam. As marcas do romantismo são sonhos ou ilusões, que na prática se traduzem em promessas irrealizáveis tais como: “Eu te darei o céu, meu bem, e o meu amor também!”. Mesmo sendo irrealizáveis, os apaixonados dão crédito a elas. Acreditam que jamais terão desentendimento ou, se os tiverem, tudo será facilmente superado pela paixão. Também há uma idealização do outro e de suas virtudes, chegando-se a “inventar” certos aspectos da personalidade dele que não existem. E não há argumentação com quem está apaixonado.
Esta idealização tem, no fundo, uma motivação egoísta, pois afinal “eu” mereço o melhor e quanto mais eu destacar as virtudes da pessoa que escolhi – ainda que algumas delas não existam – mais estarei valorizando a mim mesmo neste processo de escolha.
Como a idealização é mútua, desenvolve-se entre o casal o que chamamos de uma relação simbiótica, ou seja, quanto mais um enaltece o outro, mais o outro retribui com enaltecimentos.
Nossa sociedade supervaloriza o romantismo e, por isso, muitas pessoas acreditam que no momento em que ele não estiver mais presente não valerá mais apena permanecer juntos. Entendem que “acabou o amor”, quando na realidade o que acabou foi a paixão estruturada sobre o romantismo de sonhos e ilusões. Apenas o primeiro passo foi dado no caminho da descoberta do verdadeiro amor, pois este “jamais acaba” (1Co 13.8).
O relacionamento conjugal possui sete etapas, a primeira delas é chamada de romantismo. Ela se inicia quando duas pessoas se conhecem e se apaixonam. As marcas do romantismo são sonhos ou ilusões, que na prática se traduzem em promessas irrealizáveis tais como: “Eu te darei o céu, meu bem, e o meu amor também!”. Mesmo sendo irrealizáveis, os apaixonados dão crédito a elas. Acreditam que jamais terão desentendimento ou, se os tiverem, tudo será facilmente superado pela paixão. Também há uma idealização do outro e de suas virtudes, chegando-se a “inventar” certos aspectos da personalidade dele que não existem. E não há argumentação com quem está apaixonado.
Esta idealização tem, no fundo, uma motivação egoísta, pois afinal “eu” mereço o melhor e quanto mais eu destacar as virtudes da pessoa que escolhi – ainda que algumas delas não existam – mais estarei valorizando a mim mesmo neste processo de escolha.
Como a idealização é mútua, desenvolve-se entre o casal o que chamamos de uma relação simbiótica, ou seja, quanto mais um enaltece o outro, mais o outro retribui com enaltecimentos.
Nossa sociedade supervaloriza o romantismo e, por isso, muitas pessoas acreditam que no momento em que ele não estiver mais presente não valerá mais apena permanecer juntos. Entendem que “acabou o amor”, quando na realidade o que acabou foi a paixão estruturada sobre o romantismo de sonhos e ilusões. Apenas o primeiro passo foi dado no caminho da descoberta do verdadeiro amor, pois este “jamais acaba” (1Co 13.8).
quinta-feira, 1 de março de 2012
MATURIDADE, ALVO PARA SUA VIDA E MINISTÉRIO.
Estamos vivendo um momento singular na história da Igreja Evangélica no Brasil. É notório o crescimento do número de “evangélicos” em nosso país. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE 2000) aproximadamente 26, 2 milhões de brasileiros se declaram evangélicos. Pode-se afirma que o mesmo está acontecendo ao redor do mundo. Em vários países temos testemunhado um crescimento impressionante da Igreja evangélica. Entretanto há quem diga que não há motivos para se comemorar. Pois o que temos visto é um crescimento sem profundidade. Líderes eclesiásticos lamentam a superficialidade do discipulado cristão. Nas palavras de um líder africano o crescimento da igreja evangélica no seu continente é apenas numérico, pois há uma carência de base bíblica e teológica. Mais impressionante é a declaração feita em abril de 2006, em Los Angeles, por Cao Shengije, na época presidente do Conselho Cristão Chinês: “Alguns dizem que a igreja está indo bem quando há crescimento numérico [...] e queremos ver pessoas sendo acrescidas à igreja todos os dias. Porém, não estamos buscando apenas números, mas que o aumento nos números corresponda à confirmação de fé da igreja”. Essas duas citações de líderes de países em desenvolvimento são suficientes para mostrar que “crescimento sem profundidade”, ou crescimento estatístico sem o desenvolvimento de um discipulado, não é uma conclusão imposta pelo resto do mundo – é a visão dos próprios líderes.
Esta situação é séria e desagrada a Deus. Considere a crítica de Paulo à igreja de Corinto:
“Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo. Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais. Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andai segundo o homem?”
1 Coríntios 3.1-3
Porém, há outra passagem escrita por Paulo sobre maturidade, e são esses versículos que quero destacar neste artigo.
Anunciamos [Cristo], advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito (teleios) em cristo; para isso é que eu também me fadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente em mim.
Colossenses 1. 28,29
O adjetivo grego teleios ocorre 19 vezes no Novo Testamento e pode ser traduzido por “perfeito” ou por “maduro”, dependendo do contexto. Raramente significa “perfeito” num sentido absoluto. Em vez disso, o teleios (pessoa) contrasta com a criança ou bebê (por exemplo: 1 Co 13.10,11). Assim é melhor entendermos teleios como “maduros”.
Para mim a melhor forma de entender um texto é fazendo perguntas a ele. Neste caso a primeira pergunta é: o que é maturidade? O fato é que ela é algo difícil de ser obtido. A maioria de nós sofre de imaturidades prolongadas.
Além disso, existem diferentes tipos de maturidade, a saber: a maturidade física (ter um corpo saudável e bem desenvolvido), a intelectual (ter uma mente disciplinada e uma cosmovisão coerente), a moral (aqueles que “têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal, Hb 5.14), a emocional (ter uma personalidade equilibrada, capaz de estabelecer relacionamentos e assumir responsabilidades). Porém, acima de tudo, existe a maturidade espiritual. E isso é o que o apóstolo chama de maturidade “em Cristo”, isto é, ter um relacionamento maduro com Cristo.
Estar em Cristo significa estar relacionado a ele forma pessoal, vital e orgânica, tal como os ramos que estão na videira.
A próxima pergunta a fazer é como os cristãos se tornam maduros? O texto nos fornece uma resposta clara. Veja o verso 28. “Nós anunciamos [Cristo] [...] a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo”.
É lógico que, se maturidade cristã é maturidade em nosso relacionamento com Cristo, no qual o adoramos, confiamos nele e lhe obedecemos, então, quanto mais clara for a nossa visão de Cristo, mais convencidos nos tornamos de que ele é digno de nossa dedicação.
Infelizmente existem muitos “Cristo” sendo oferecidos nas religiões comerciais do mundo, e muitos deles são falsos Cristos, Cristos distorcidos, caricaturas do Jesus autêntico. Cada um é o que Paulo chama de “outro Jesus”, diferente do Jesus que os apóstolos proclamaram.
Assim se queremos desenvolver uma maturidade verdadeiramente cristã, precisamos, acima de tudo, de uma visão renovada e verdadeira de Jesus Cristo – principalmente de sua supremacia absoluta, da qual Paulo fala em Colossenses 1.15-20.
A essa altura você deve está se perguntando: onde encontrarei o Jesus autêntico? A resposta é simples: Ele deve ser encontrado na Bíblia – o livro que pode ser descrito como o retrato que o Pai fez do Filho, colorido pelo Espírito Santo. A Bíblia é repleta de Cristo. Como Jesus mesmo disse: “as Escrituras testificam de mim” (Jo 5.39). Jerônimo, o antigo Pai da Igreja, escreve que “ignorância da escritura é ignorância de Cristo”. Da mesma forma podemos dizer que conhecer as escrituras é conhecer a Cristo.
Agora que já definimos o que é maturidade cristã e vimos como os discípulos se tornam maduros, chagamos a terceira: para quem esse chamado a maturidade é direcionado? Perceba que nesse contexto o apóstolo Paulo repete a palavra “todo”: “o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo” (Cl 1.28). Segundo Stott, o contexto dessa tripla repetição provavelmente é a chamada “heresia colossenses” – embrião do gnosticismo que chegou ao auge na metade do século 2.
Esses primeiros gnósticos parecem ter ensinado que havia duas classes de cristãos. Por um lado, havia o rebanho comum (hoi polloi), que era unido pela fé (pistis). Por outro lado havia uma elite cristã (hoi teleioi), que havia sido iniciada pela gnosis, o conhecimento especial. Paulo ficou horrorizado como o ensino gnóstico e aplicou a palavra teleios a todos os cristãos. A maturidade em Cristo está enfaticamente disponível não somente a um seleto grupo de pessoas; mas a todos.
Por fim é importante perceber que nesse texto Paulo se descreve como um pastor que deseja levar todas as suas ovelhas a maturidade em Cristo – “para isso é que também me fadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente em mim” (Cl 1.29). Assim sendo o ministério pastoral deve objetivar a proclamação fiel de Cristo em sua plenitude para que aqueles que estão sob o nosso cuidado possam amadurecer. De igual modo é apropriado nos colocarmos na condição de receptores da mensagem (tal como os colossenses) e deixarmos que ela fala também a nós. Assim, ouviremos o apóstolo com atenção, receberemos sua admoestação sobre crescer em maturidade, tomaremos a decisão de levar a leitura bíblica ainda mais a sério e, ao lermos a Escritura, olharemos para Cristo de modo a amá-lo, confiar nele e obedecer-lhe. Pois o princípio do discipulado é claro: quanto mais pobre for o nosso conceito de Cristo, mais pobre será nosso discipulado.
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